quinta-feira, 30 de agosto de 2007

UM BRINDE À JANILSON SALES

SENTI SUA FALTA NOS LONGOS DIAS
QUE RESUMEM NOSSO COTIDIANO
NESSE EGRÉGIO E NESSA VIDA,
ETERNOS VIAJANTES.
SENTI SUA FALTA
MINIMIZANDO A ARIDEZ
DE IDÉIAS E AFETOS,
DESSAS SALAS,
DESSES DIAS.

Janilson Sales (Homenagem a Sônia Furtado)


CERRADO
Janilson Sales de Carvalho

Na estrada cinza que começa na cidade cinza
Busco cores para meu olhar

Sigo em distâncias sem começo

De resto um horizonte que desejo

No meio do caminho da terra Brasilis
Surgem as cores com que sonho
Frágeis formas completas de belezas

Delicadezas suaves no vermelho da Malícia
Cor de pecado e desejo
Como uma mulher à espera

Um amarelo na Stefia
Um pequeno raio solar
Que exige um Chuveirinho branco
Sorrindo nos meus cabelos
Como um suave toque de Algodãozinho
Cortez serviçal da Azaléia do Cerrado
Rainha rubra das estepes goianas
Cercada de Corações Magoados

Cenário meu de cores e ventos
Onde o cinza do qual sai
Perde o viço
E some no esquecimento

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

UM BRINDE AO AMOR MAIOR

O verso de João 3:16, pela grandeza do seu significado,
é considerado o texto áureo da Bíblia;

PORQUE - a maior razão

DEUS - o maior Ser

AMOU - a maior sentimento

O MUNDO - o maior grupo

DE TAL MANEIRA - o maior grau

QUE DEU - o maior ato

SEU FILHO UNIGËNITO - A MAIOR DÁDIVA

PARA QUE - a maior oportunidade

TODO AQUELE - a maior abrangência

QUE NELE - a maior atração

CRER - a maior simplicidade

NÃO PEREÇA - a maior promessa

MAS - a maior diferença

TENHA - a maior certeza

A VIDA ETERNA - A MAIOR HERANÇA


"PORQUE DEUS AMOU AO MUNDO DE TAL MANEIRA,
QUE DEU SEU FILHO UNIGÊNITO PARA QUE
TODO AQUELE QUE NELE CRER, NÃO PEREÇA,
MAS TENHA A VIDA ETERNA".

(Encaminhado por um amigo)

sábado, 11 de agosto de 2007

UM BRINDE Á GIÓIA JÚNIOR

A MAÇANETA

Não há mais bela música
Que o ruído da maçaneta da porta
Quando meu filho volta para a casa.
Volta da rua, da vasta noite, da madrugada de estranhas vozes
E o ruído da maçaneta
E o gemer do trinco
O bater da porta que novamente se fecha
O tilintar inconfundível do molho de chaves
são um doce acalanto, uma suave cantiga de ninar.
Só assim fecho os olhos Posso afinal dormir e descansar.

Oh! A longa espera,
A negra ausência
As historias de acidentes e assaltos
Que só a noite como ninguém sabe contar!
Oh! Os presságios e pesadelos,
O eco dos passos na calçada
A voz dos bêbados na rua
E o longo apito do guarda
Medindo a madrugada,
E os cães, uivando na distância
E o grito lancinante da ambulância!
E o coração descompassado a pressentir
E a martelar
Na arritmia do relógio do meu quarto
Esquadrinhando a noite e seus mistérios.

Nisso, na sala que se cala, estala a gargalhada jovem
Da maçaneta que canta a festiva cantiga do retorno.
E a sua voz engole a noite imensa
Como todos os ruídos secundários.
-Oh! Os címbalos do trinco
e os clarins da porta que se escancara
e os guizos das muitas chaves que se abraçam
e os festival dos passos que se ganham a escada!

Nem as vozes da orquestra
E o tilintar de copos
E a mansa canção da chuva no telhado
Podem sequer se comparar
Ao som da maçaneta que sorri
Quando meu filho volta.

Que ele retorne sempre são e salvo
Marinheiro depois da tempestade
A sorrir e cantar.
E que na porta a maçaneta cante
A festiva canção do seu retorno
Que soa pra mim
Como suave cantiga de ninar.
Só assim só assim meu coração se aquieta
Posso afinal dormir e descansar.

Gióia Júnior

terça-feira, 7 de agosto de 2007

UM BRINDE À MANUEL BANDEIRA

ARTE DE AMAR

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus — ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.


Manuel Bandeira

http://www.revista.agulha.nom.br/manuelbandeira03.html#arte

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

UM BRINDE À MÁRIO BARRETO FRANÇA

SER CRENTE

Ser crente é descansar, num Deus que é caridade,

A esperança que alenta e a fé que nos redime;
É sentir dentro d'alma essa doce vontade
De semear o bem, de combater o crime...

Ser crente é refletir de Jesus a humildade

Para os outros vivendo em renúncia sublime;
É ter sempre um consolo à dor que ao peito invade,
É ter sempre um conforto à tristeza que oprime...

Ser crente é conquistar para Deus que perdoa,
De uma existência má para uma vida boa,
O coração que sofre ao peso de um labéu.

Ser crente é possuir como prêmio fecundo
O encanto de viver e ser feliz no mundo,
A glória de morrer e ser feliz no céu.

Mário Barreto França
Do livro: "Primícias da minha seara", Ed. autor, RJ, 1960


Extraído: http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/p02/p020436.htm

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

UM BRINDE A RUI BARBOSA

Sinto Vergonha de Mim

Sinto vergonha de mim por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade e
por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia, pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,

a ausência da sensatez no julgamento da verdade,
a negligência com a família, célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação com o “eu” feliz a qualquer custo,
buscando a tal “felicidade” em caminhos

eivados de desrespeito para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos “floreios” para justificar atos criminosos,
a tanta relutância em esquecer a antiga posição
de sempre “contestar”, voltar atrás e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos que não quero percorrer…

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!
“De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto”.

Rui Barbosa

http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2007/01/26/sinto-vergonha-de-mim-rui-barbosa/